A reflexão que pretendo fazer aqui é sobre os caminhos que levam ao esgotamento profissional, exaustão no trabalho, perda da alegria no trabalho e como isto pode se expandir para os demais contextos da vida da pessoa até no seu ponto máximo, o que é diagnosticado como Síndrome de Burnout. Esta síndrome também pode ser chamada de Síndrome de Esgotamento Profissional. Você pode obter mais informações consultando o decreto 3.048 de 6 de maio de 1999, que determina alguns agentes relacionados a doenças ocupacionais como a Síndrome de Burnout que está classificada junto aos Transtornos Mentais e do Comportamento Relacionados com o Trabalho. Portanto, já é reconhecido que o Esgotamento Profissional está ligado ao trabalho.
O meu interesse em escrever estas breves linhas sobre o assunto é alertar as pessoas de como o Esgotamento Profissional começa. Não se trata de questões pessoais, mas sim de problemas no trabalho que, em geral, fogem ao controle do trabalhador. O trabalho, por motivos diversos que dependem da história de cada pessoa, toma uma dimensão tal na vida do trabalhador em que se torna mais importante até do que a família, a relação amorosa, o lazer, os estudos e os amigos. Entretanto, as relações no trabalho não estão satisfatórias, existem problemas, exigências de várias ordens (relações pessoais e profissionais, horas de trabalho, responsabilidades não previstas no contrato de trabalho etc.) que o trabalhador não consegue suprimir. Então, inicia de vagar, um cansaço, desconforto, desânimo.
No inicio é apenas um desconforto e certa insatisfação que podem levar a preocupações maiores até provocar insônia, por exemplo. Algumas relações com pessoas do trabalho causam mal estar, preocupações, dificuldades em relacionar-se com algumas pessoas e isto pode gerar ansiedade, desagrado de estar naquele ambiente até chegar ao desejo de não estar mais lá ou de não suportar ter que ir para o trabalho. As atividades de trabalho, corriqueiras e até prazeirosas vão deixando de ser. O que antes o trabalhador fazia com alegria ou com facilidade passa a ser de difícil execução. As noites de sono não são mais suficientes para o descanso. As atividades de lazer vão perdendo o sentido e não é mais divertido estar com a família, com os amigos etc. E assim, cada vez mais o trabalhador vai se sentindo exausto, fatigado, sem vontade de trabalhar, de estar com a família, de estar com os amigos. Sente vontade de dormir, de descansar, mas o fim de semana não é suficiente. E na segunda-feira começa tudo de novo.
O trabalhador que vivencia esta situação já não faz mais diferença entre o que é problema dele e o que é problema da organização do trabalho, das outras pessoas no trabalho, do seu contexto de vida fora do trabalho. Confunde tudo e às vezes, sente-se culpado, fracassado. Mas, não perde a vontade de trabalhar, gostaria de voltar a ser como antes, alegre, ativo, positivo, mas não consegue enfrentar as exigências no trabalho que transcendem as suas capacidades naquele momento da sua vida.
A psicoterapia pode auxiliar a pessoa que vivencia o esgotamento profissional. Porém, o esgotamento pode ser evitado desde o inicio. Você pode procurar o auxilio de um psicólogo clínico se identificar que está num estágio inicial, ou que o seu trabalho oferece todas as condições para você ir se esgotando.
Este alerta deve servir para muitas pessoas, pois, cada vez mais pessoas estão sofrendo no trabalho e isto está refletindo numa demanda no consultório de psicologia. A psicoterapia dever servir para que a pessoa viva melhor. Entretanto, a psicoterapia é um tipo de intervenção individual e os problemas no trabalho são coletivos e para serem resolvidos dependem também das outras pessoas e da própria forma como se organiza o trabalho.