segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Relações no trabalho podem levar ao Esgotamento Profissional

A reflexão que pretendo fazer aqui é sobre os caminhos que levam ao esgotamento profissional, exaustão no trabalho, perda da alegria no trabalho e como isto pode se expandir para os demais contextos da vida da pessoa até no seu ponto máximo, o que é diagnosticado como Síndrome de Burnout. Esta síndrome também pode ser chamada de Síndrome de Esgotamento Profissional. Você pode obter mais informações consultando o decreto 3.048 de 6 de maio de 1999, que determina alguns agentes relacionados a doenças ocupacionais como a Síndrome de Burnout que está classificada junto aos Transtornos Mentais e do Comportamento Relacionados com o Trabalho. Portanto, já é reconhecido que o Esgotamento Profissional está ligado ao trabalho.

O meu interesse em escrever estas breves linhas sobre o assunto é alertar as pessoas de como o Esgotamento Profissional começa. Não se trata de questões pessoais, mas sim de problemas no trabalho que, em geral, fogem ao controle do trabalhador. O trabalho, por motivos diversos que dependem da história de cada pessoa, toma uma dimensão tal na vida do trabalhador em que se torna mais importante até do que a família, a relação amorosa, o lazer, os estudos e os amigos. Entretanto, as relações no trabalho não estão satisfatórias, existem problemas, exigências de várias ordens (relações pessoais e profissionais, horas de trabalho, responsabilidades não previstas no contrato de trabalho etc.) que o trabalhador não consegue suprimir. Então, inicia de vagar, um cansaço, desconforto, desânimo.

No inicio é apenas um desconforto e certa insatisfação que podem levar a preocupações maiores até provocar insônia, por exemplo. Algumas relações com pessoas do trabalho causam mal estar, preocupações, dificuldades em relacionar-se com algumas pessoas e isto pode gerar ansiedade, desagrado de estar naquele ambiente até chegar ao desejo de não estar mais lá ou de não suportar ter que ir para o trabalho. As atividades de trabalho, corriqueiras e até prazeirosas vão deixando de ser. O que antes o trabalhador fazia com alegria ou com facilidade passa a ser de difícil execução. As noites de sono não são mais suficientes para o descanso. As atividades de lazer vão perdendo o sentido e não é mais divertido estar com a família, com os amigos etc. E assim, cada vez mais o trabalhador vai se sentindo exausto, fatigado, sem vontade de trabalhar, de estar com a família, de estar com os amigos. Sente vontade de dormir, de descansar, mas o fim de semana não é suficiente. E na segunda-feira começa tudo de novo.

O trabalhador que vivencia esta situação já não faz mais diferença entre o que é problema dele e o que é problema da organização do trabalho, das outras pessoas no trabalho, do seu contexto de vida fora do trabalho. Confunde tudo e às vezes, sente-se culpado, fracassado. Mas, não perde a vontade de trabalhar, gostaria de voltar a ser como antes, alegre, ativo, positivo, mas não consegue enfrentar as exigências no trabalho que transcendem as suas capacidades naquele momento da sua vida.

A psicoterapia pode auxiliar a pessoa que vivencia o esgotamento profissional. Porém, o esgotamento pode ser evitado desde o inicio. Você pode procurar o auxilio de um psicólogo clínico se identificar que está num estágio inicial, ou que o seu trabalho oferece todas as condições para você ir se esgotando.

Este alerta deve servir para muitas pessoas, pois, cada vez mais pessoas estão sofrendo no trabalho e isto está refletindo numa demanda no consultório de psicologia. A psicoterapia dever servir para que a pessoa viva melhor. Entretanto, a psicoterapia é um tipo de intervenção individual e os problemas no trabalho são coletivos e para serem resolvidos dependem também das outras pessoas e da própria forma como se organiza o trabalho.

domingo, 21 de junho de 2009

SÓ EXISTE O AMOR QUE SE CONSTRÓI


Já dizia a escritora francesa Simone de Beauvoir só existe o amor que se constrói.

Mas, no início, quando duas pessoas se encontram e vivem as primeiras experiências de atração parece que o relacionamento está acontecendo por conta própria... Mágico.... Magia.... Paixão.... Aquela pessoa parece ser por algum motivo a pessoa certa.

Num relacionamento amoroso, as vivências de magia, paixão e sexualidade constituem, certamente, a história amorosa e o próprio amor. Sendo que, um aspecto fundamental para o relacionamento amoroso ser gratificante e realizador para os dois, e que não pode ser negligenciado é A COMUNICAÇÃO entre o casal.

A COMUNICAÇÃO a meu ver é tão importante quanto a sexualidade, o companheirismo e a confiança. Ingredientes tão ressaltados como importantes para um relacionamento amoroso bem sucedido.

Quando as pessoas com as quais eu trabalho em psicoterapia trazem a baila suas questões amorosas a complicação do casal sempre recai no mesmo tema A COMUNICAÇÃO. Verifico então que muitas coisas não são conversadas pelo casal. Por quê?

- Uma das justificativas é o receio de haver uma briga, então, é melhor não falar sobre o problema. Mas as brigas não param de acontecer mesmo assim.

- Às vezes, as pessoas não se dão conta que planejam algo, ou fazem algo, pressupondo que o outro pensa ou deseja determinada coisa, MAS O OUTRO NÃO PENSA E NEM DESEJA TAL QUAL FOI PRESSUPOSTO E SIM OUTRA COISA. O tipo de fala é “eu acho que...ela ou ele acha que...então....fiz isto por que ... penso eu fazer isto porque...Ora, é preciso verificar, efetivamente, o que o outro pensa e o que o outro deseja.

- “Vivo melhor sem você?” É comum a pessoa dizer que cogita a separação. Mas, é muito comum também não conseguir viver sua vida sem a outra pessoa. Não adianta ficar brincando o jogo do casa/separa.

Estou referindo-me aqui, a situações nas quais o casal se ama, mas enfrenta problemas. Estes problemas começaram em certo contexto da relação amorosa e foram se estendendo, não raro, por anos a fio. Não estou discutindo aqui as situações em que não há mais amor, isto é, quando o amor acaba. Mas, o que é o amor?

Amar é... estar comprometido com o outro de tal forma que sua história, seus melhores momentos e seu futuro passam pela história do outro, pelos melhores momentos do outro e pelo futuro do outro.

SÓ EXISTE O AMOR QUE SE CONSTRÓI

O que esta frase quer dizer? Quer dizer que tudo o que acontece na relação amorosa foi construído ou será construído pelos dois. E para além da emoção que envolve a sexualidade e a paixão é preciso refletir e compartilhar esta reflexão dialogando, planejando juntos e negociando.

SÓ EXISTE A COMUNICAÇÃO QUE SE CONSTRÓI

A forma como o casal resolve seus impasses, suas dúvidas, suas divergencias etc. também foi construída. Se foi construída de uma maneira que resulta em conflito, isto pode ser modificado. É preciso um esforço do casal em se ouvir, em pensar sobre o que o outro diz para modificar uma dinâmica de comunicação conflituosa para uma dinâmica em que os dois sintam-se confortáveis e seguros.


quarta-feira, 4 de março de 2009

Atualidades sobre o mercado de trabalho e perfil profissional.

Os profissionais, a partir da década de 90, passaram a investir mais na sua própria carreira do que na ascensão profissional dentro de uma organização. Isto ocorreu, pelo menos por dois motivos. Um deles é a implantação de modelos de gestão. Tais modelos promoviam a mudança organizacional e tecnológica, o que provocava às organizações a buscarem no mercado de trabalho profissionais mais capacitados para esta modificação, ao invés de capacitar os profissionais que já faziam parte da organização. Outro deles é a intensa procura dos profissionais por melhores oportunidades de trabalho, o que gerou uma certa rotatividade nas organizações.

A procura dos profissionais por melhores oportunidades abriu um campo de atividade no mercado, constituído pelos cursos de especialização, pelos cursos técnicos, cursos de poucas horas destinados a complementar a formação profissional e cursos de línguas estrangeiras. A diferença dá-se que tais cursos raramente são pagos pelo organização. Portanto, neste novo período, é o trabalhador quem deve investir na sua capacitação para o mercado de trabalho.

Esta condição da formação profissional impõe aos trabalhadores um campo de possíveis para investirem na sua formação profissional. Este campo de possíveis também se caracteriza pela valorização da técnica na inserção e ascensão profissional. Justifica-se, então, o fato das profissões tecnológicas estarem em alta (dentro da escassez dos postos de trabalho), e é exigido, cada vez mais, o trabalho qualificado.

Entretanto, há uma diferença entre mercado de trabalho, isto é, os postos de trabalho estabelecidos, e campo de trabalho, ou seja, a necessidade social de serviços. Neste sentido, há um campo de trabalho a descoberto. Dentro deste campo de trabalho a descoberto é importante conseguir prever quais setores profissionais irão abrir novos postos de trabalho.

O que foi discutido até aqui tem um objetivo: chamar a atenção para uma habilidade profissional exigida hoje em dia, qual seja, realizar uma leitura adequado do campo de possíveis apresentado pela relação mercado de trabalho e campo de trabalho.


Se você estiver pensando "o que eu faço agora?" não esqueça que a psicologia clínica pode mediar as pessoas a realizarem esta leitura. Este tipo de trabalho psicológico envolve tanto o reconhecimento das competências da pessoa, aquilo que a pessoa já realiza e aquilo que ela deseja realizar, quanto a compreensão do campo de possíveis profissional.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Crise econômica leva a crise de ansiedade?

Crises de ansiedade têm sido comuns por conta da crise econômica. Creio que é importante refletir bem sobre isto. A crise econômica está aí. Para combatê-la são necessárias atitudes no âmbito coletivo, isto é, político e social.

- Mas, enquanto o processo coletivo está se encaminhando como suportar o clima de insegurança? É o que muitas pessoas se perguntam.

O estado psicofísico das pessoas está relacionado com as condições sociais de vida. Numa situação de crise econômica e social, como a que se apresenta, isto fica ainda mais evidente. As pessoas vivenciam seu futuro como ameaçado, isto porque, concretamente o futuro está ameaçado. As vagas de emprego diminuíram, alguns trabalhadores estão sendo demitidos, as organizações estão implementando estratégias para economizar etc. Entretanto é preciso perguntar-se deixar-me levar pela ansiedade me ajuda ou me atrapalha? A resposta só pode ser uma, estar racional (reflexivo) neste momento é mais positivo do que estar ansioso.

Vamos pensar, então, como estar mais racional (reflexivo) pode ser mais positivo.

  • Primeiro, conhecer o contexto em que se está inserido profissionalmente, isto é, o mercado de trabalho;
  • Segundo, analisar as perspectivas profissionais mesmo em situação de crise, pois elas existem;
  • Terceiro, identificar estratégias para enfrentar a situação. São dois os tipos de estratégia. Um deles é fazer algo em benefício da saúde: caminhar, passear, namorar, encontrar os amigos etc. Outro deles e fazer algo em benefício da carreira: fazer um curso ou estudar por conta própria, manter contatos profissionais, pois a rede de relações é fundamental.

Não se pode esquecer que realizar-se é muito mais importante do que ter. As pessoas não se definem pelo que possuem, mas, pelo que realizam. Por isso, aprenda mais sobre como fazer um bom currículo, como se comportar numa entrevista de emprego, como lidar com dificuldades relacionadas a auto-estima, a segurança e a comunicação.